Copo Stanley, vale a pena para cerveja?

Copo Stanley, vale a pena para cerveja?

Criada em 1913, a marca se especializou em produtos térmicos de aço com isolamento a vácuo, mas os preços não são muito convidativos; um único copo pode custar entre R$ 150 e R$ 250.

Amado por uns, odiado por outros, o copo Stanley chegou ao Brasil, fez sucesso e já virou até meme. Criada na cidade de Nova York, em 1913, pelo norte-americano William Stanley Jr., a marca Stanley teve início com garrafas térmicas de aço com isolamento a vácuo.

A tecnologia de isolamento a vácuo começou a ser pesquisada ainda no século XVII, pelo físico italiano Evangelista Torricelli. Em 1892, foi aperfeiçoada pelo escocês James Dewar, que criou o primeiro frasco. Mas a solução só começaria a ser explorada comercialmente, em 1903.

Mais de cem anos depois, em 2014, a PWI Worldwide, que detém a marca, comprou a empresa familiar Aladdin, e entrou de vez no mercado brasileiro. Isso trouxe uma melhor logística e a estratégia da marca foi focar na região Sul, onde os produtos poderiam manter, por horas, a temperatura da água quente e do chimarrão.

No ano passado, as vendas explodiram nos EUA. Além de eficientes, o lançamento de copos em tons pasteis chamou atenção, por serem bonitos e muito “instagramáveis”.

O sucesso

Na América Latina, a PWI Worldwide já cresceu em faturamento mais de 700%, desde 2018, segundo a Exame. O sucesso veio principalmente pela mudança de estratégia e o uso de influenciadores digitais. Em vez de estarem apenas associados às bebidas quentes, a marca apostou nas geladas, como a cerveja. O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, e o consumidor gosta da bebida bem gelada

Andréa Martins, presidente da empresa para América Latina e executiva por trás da estratégia, vê como segredo do sucesso a capacidade da empresa em olhar para os hábitos de consumo do público e usar insights para o desenvolvimento de produtos. Aliado a isso, divulgação “boca a boca” e estratégia digital forte fizeram o nome Stanley ressurgir.

Polêmica cervejeira

A origem da divergência entre defensores e detratores do copo Stanley é em grande parte sensorial, mas com algum componente econômico. Os defensores apontam a beleza e eficiência do produto como pontos fortes. De outro lado, há vários argumentos.

O primeiro é que por não ser transparente, o copo impede o bebedor de ver os aspectos visuais da bebida. O que é ainda mais grave no caso da cerveja artesanal, que varia mais nesse sentido, como defendem muitos cervejeiros.

Outro ponto é sobre a real necessidade de manter a temperatura da cerveja por quatro horas. Ninguém demora todo esse tempo para “tomar uma”. Além disso, nesse período, o gás foi embora e processos como oxidação já deterioram o aroma e sabor da bebida.

Tem também a questão econômica. Um único copo pode custar entre R$ 150 e R$ 250. Com o mesmo valor, dá para comprar várias cervejas, copos e caixas térmicas.

O fato é que um copo como esse tem, sim, o seu lugar. Para se beber uma cerveja na praia, ou na piscina, por exemplo, onde ela esquenta muito rápido, ele é bastante adequado. Enfim, se você tem dinheiro sobrando, pode ser uma ótima opção para os dias quentes e programas ao ar livre.

 
Por Luis Celso Jr. para o cervejar.com

 

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Alvaro Maciel

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