Trabalho remoto gera mais engajamento, mas afeta o bem-estar?
Trabalhar de casa é um desejo de muitos, mas traz desafios inesperados. Uma pesquisa global da consultoria Gallup revelou que funcionários totalmente remotos são os mais engajados, mas também os que mais relatam sentimentos de solidão e estresse.
O engajamento, que mede o entusiasmo e o vínculo com a equipe, atinge 31% entre quem trabalha remotamente, superando os modelos híbrido (23%) e presencial (19%).
Por que o engajamento é maior?
A autonomia é o principal motivo para esse resultado positivo. De acordo com o estudo, o modelo remoto permite:
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Foco total: Maior facilidade para entrar em “estado de fluxo”.
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Eficiência: Uso do tempo de forma mais produtiva, sem interrupções de escritório.
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Uso de pontos fortes: Liberdade para organizar as tarefas conforme o próprio ritmo.
O lado oculto: O impacto na saúde mental
Apesar de “vestirem a camisa”, os trabalhadores remotos enfrentam um desgaste emocional maior. A distância física pode se transformar em distância mental, gerando:
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Isolamento social: Falta de amizades, almoços em grupo e companheirismo.
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Estresse elevado: 45% dos remotos relatam muito estresse, contra 39% dos presenciais.
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Frustração tecnológica: Dificuldades com ferramentas digitais e falta de equipamentos adequados.
O desafio para as empresas em 2026
Para Ricardo Guerra, CEO do Wellhub, o segredo está na flexibilidade. Dados da pesquisa Panorama do Bem-Estar Corporativo mostram que 89% dos brasileiros consideram o bem-estar tão importante quanto o salário.
As empresas que oferecem modelos flexíveis — como horários alternativos para fugir do trânsito ou dias de chegada tardia — conseguem adaptar sua cultura ao perfil do colaborador. Investir em bem-estar não é apenas uma questão humana, mas também financeira: reduz a rotatividade e aumenta a produtividade.
O futuro do trabalho exige diálogo. Onde o engajamento e o bem-estar caminham juntos, o desempenho de longo prazo é garantido.





