Nova estratégia com mosquitos do bem vai combater a dengue
Uma nova arma contra a dengue está chegando ao Distrito Federal! A Secretaria de Saúde (SES-DF) começou a capacitar seus agentes de saúde e vigilância ambiental sobre o uso dos mosquitos Wolbito. Esses mosquitos são uma nova esperança na luta contra a dengue, Zika e chikungunya, e a iniciativa será lançada oficialmente em agosto.
Nesta quinta-feira (17), cerca de 150 agentes se reuniram em Planaltina para entender todos os detalhes da nova estratégia.
Entenda a Batalha dos Mosquitos: Wolbito Contra a Dengue
O Wolbito é um mosquito Aedes aegypti que carrega uma bactéria chamada Wolbachia. Essa bactéria é natural, encontrada em mais da metade dos insetos do planeta, e o melhor: ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no mosquito. Ou seja, um Wolbito não consegue transmitir essas doenças!
A técnica é simples e eficaz: mosquitos Aedes aegypti com a Wolbachia são soltos no ambiente. Quando eles se reproduzem, transmitem a bactéria para as próximas gerações. Com o tempo, a população de mosquitos capazes de transmitir doenças diminui, pois os Wolbitos acabam substituindo os Aedes aegypti “do mal”.
É importante saber que:
- Não há alteração genética nos mosquitos.
- A bactéria Wolbachia não é transmitida para humanos ou outros mamíferos, como cães e gatos.
Essa técnica já foi testada com sucesso em 11 países, começando na Austrália em 2011, e agora chega ao DF.
Onde os Wolbitos Serão Lançados e Por Quê?
Os mosquitos Wolbito serão lançados nas seguintes regiões do Distrito Federal: Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá, Planaltina e Itapoã. Essas áreas foram escolhidas por serem as que mais sofrem com a dengue historicamente.
A previsão é que as primeiras liberações aconteçam na segunda quinzena de agosto. A expectativa é que, já no início do período de chuvas, os Wolbitos comecem a reduzir a transmissão da dengue e outras doenças.
Para garantir a adaptação, ovos de Aedes aegypti foram capturados no DF e cruzados para gerar Wolbitos com características locais. A produção desses mosquitos será no Núcleo de Controle Químico e Biológico da SES-DF, no Guará. Municípios vizinhos como Valparaíso (GO) e Luziânia (GO) também receberão os Wolbitos.
A chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Região de Saúde Norte, Maria de Lourdes Masukawa, elogiou a iniciativa: “O poder público acerta quando investe em ações de combate à dengue. Há um impacto social e econômico muito grande quando as pessoas adoecem por dengue”.
Alcir Galdino, diretor de Atenção Primária da Região de Saúde Norte, destaca a importância do conhecimento para os servidores: “Vai fazer diferença na vida da população. E é importante os servidores terem conhecimento atualizado sobre o tema, pois as famílias confiam muito no conhecimento dos profissionais de saúde”.





