Mais de 65% dos animais silvestres resgatados voltam para a natureza
Esforço conjunto entre Hospital da Fauna, Ibama e Polícia Militar garante a reabilitação da fauna local.
Uma notícia incrível para a natureza do Distrito Federal! Mais de 65% dos animais silvestres resgatados e acolhidos nas unidades especializadas do DF retornaram à natureza no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, dos 3.806 animais recebidos, 2.493 foram reabilitados e soltos em seus habitats.
Esse sucesso é resultado de um trabalho em conjunto do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, da Polícia Militar Ambiental (BPMA) e do Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre do DF (Hfaus).
Como funciona o resgate e a reabilitação?
Os animais chegam ao sistema de diversas formas: resgatados e levados diretamente ao Hfaus, encaminhados pela PMDF (que distribui entre Cetas e Hfaus) ou entregues voluntariamente ao Cetas. Se precisam de cuidados clínicos, são direcionados ao Hfaus ou a um hospital veterinário da UnB.
Thiago Marques de Lima, coordenador do Hfaus, explica que existe um acordo entre o Brasília Ambiental, a PM Ambiental e o Ibama para garantir o melhor atendimento.
O Processo de Cuidado
A reabilitação começa com uma avaliação clínica e exames. Animais em emergência recebem atendimento imediato. Depois, ficam em viveiros monitorados, onde podem interagir com outros da mesma espécie e recuperar comportamentos naturais antes de serem liberados.
Só no primeiro semestre de 2025, o Hfaus atendeu 787 animais silvestres, um aumento grande comparado aos 392 do mesmo período do ano anterior.
Com uma equipe de 26 profissionais, o Hfaus é o primeiro hospital público de fauna silvestre do Brasil. Thiago Marques de Lima ressalta o orgulho e a demanda crescente. Mesmo que a soltura não seja possível, o destino dos animais é planejado, podendo incluir zoológicos ou centros de conservação.
O Papel do Cetas
O Cetas é a porta de entrada para muitos animais, recebendo os resgatados, apreendidos ou entregues voluntariamente. Clara Costa, técnica ambiental do Ibama, explica que a entrega voluntária ajuda a reduzir o número de animais mantidos ilegalmente, sem penalidades para o tutor.
Júlio Montanha, chefe do Cetas, destaca que o centro também reabilita e readapta os animais ao ambiente natural. “Nosso objetivo é preparar cada animal para cumprir o seu papel ecológico”, afirma Montanha.
