Mais de 105 km de canais de irrigação impulsionam produção e qualidade de vida

Mais de 105 km de canais de irrigação impulsionam produção e qualidade de vida

Investimento de R$ 22 milhões em infraestrutura hídrica desde 2019 garante água limpa e colheita o ano todo para pequenos produtores do Distrito Federal, evitando perdas e diversificando alimentos.

A agricultura familiar no Distrito Federal vem recebendo um importante reforço nos últimos anos. Desde 2019, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem investido na ampliação e construção de canais de irrigação, beneficiando milhares de pequenos produtores rurais e garantindo a produção de alimentos frescos durante todo o ano, mesmo nos períodos de seca que historicamente impactam as colheitas.

Essa moderna rede de infraestrutura hídrica, que conta com mais de 105 km de canais instalados, funciona com tanques de captação que asseguram o fornecimento contínuo de água. O investimento total nessas obras ultrapassa os R$ 22 milhões.

Parcerias Estratégicas para o Desenvolvimento Rural

As obras, como as realizadas na região do Curral Queimado, em Planaltina, são fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). Essa colaboração multidisciplinar garante a sustentabilidade e a eficiência do projeto.

Na região do Rio Petro, também em Planaltina, oito canais de irrigação estão passando por reformas, totalizando quase 16 km de extensão. Além disso, 245 reservatórios-tanques de geomembrana (lonados) foram entregues e instalados nas propriedades, promovendo um uso mais sustentável da água e minimizando perdas.

Transformação na Vida dos Produtores: Água Limpa e Maior Produtividade

A chegada do novo sistema de irrigação tem gerado impactos positivos diretos na vida dos produtores. Tiago Gonçalves da Silva, 39 anos, que cultiva pepino enxertado e pimenta-de-cheiro em Planaltina, é um exemplo. Em suas estufas de 1,6 mil m², com 2,4 mil pés de plantas, ele colheu no último ano 700 caixas de pepino e 500 de pimenta-de-cheiro, com uma renda familiar que gira em torno de R$ 4 mil mensais.

Para Tiago, o benefício é imenso: “Você tem uma retenção de água enorme. Quando era o canal antigo, se chovesse muito na cabeceira do rio, a água vinha barrenta, não dava para molhar a plantação. Hoje, com esse sistema, podemos regar a qualquer hora, o ano todo”, relata, destacando a melhora na produção e a qualidade de vida proporcionada pela água limpa.

Economia e Sustentabilidade Hídrica

Um especialista explica que a principal finalidade desses canais no DF é permitir o desenvolvimento da agricultura durante todo o ano, inclusive nos períodos de estiagem. “Normalmente, a água sai de alguma barragem ou de algum curso d’água e desce por gravidade, distribuindo a água por onde passa. O produtor já tem uma vantagem, porque é uma água sem custo e sem necessidade de bomba para que chegue até a propriedade”, afirma.

A tubulação dos canais é um fator chave na economia de água. Estima-se que a perda de água em canais não tubulados pode ultrapassar 57%, o que demonstra a economia substancial gerada pelo novo sistema. Além de eliminar perdas na condução, o sistema aumenta a eficiência na armazenagem e contribui significativamente para a preservação de recursos hídricos.

A versatilidade dos tanques também abre novas possibilidades. Alguns produtores utilizam sistemas de gotejamento para irrigação, otimizando o uso da água. Outros, mais inovadores, aproveitam os reservatórios para aquicultura, explorando a criação de peixes tanto para comercialização quanto para subsistência, ampliando a diversidade de atividades e rendas nas propriedades.

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Alvaro Maciel

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