Lei Paulo Gustavo impulsiona produções locais e valoriza a cultura popular

Lei Paulo Gustavo impulsiona produções locais e valoriza a cultura popular

Com investimento de R$ 33,4 milhões, o GDF viabiliza 120 projetos em 2023, destacando obras como ‘A Maldição do Mamulengo’ e reforçando a identidade cultural do DF.

Junho, mês de celebrar a cultura popular com as festas juninas, também acende os holofotes sobre a força do cinema brasileiro. Em Brasília, a sétima arte ganha um impulso significativo, reafirmando sua importância como expressão cultural e motor da economia criativa. O Governo do Distrito Federal (GDF) tem sido um pilar nesse cenário, aplicando recursos federais da Lei Paulo Gustavo (LPG) para fortalecer o setor audiovisual.

Em 2023, o GDF destinou impressionantes R$ 33,4 milhões para viabilizar 120 projetos locais. Esses investimentos abrangem todas as etapas da cadeia produtiva do cinema, desde a concepção de roteiros até a finalização e exibição das obras, impulsionando a produção cinematográfica do DF.

Lei Paulo Gustavo: Um Marco para o Cinema Independente e Periférico

O edital da Lei Paulo Gustavo se tornou um divisor de águas para a cultura brasiliense. Produtores independentes, coletivos das periferias e artistas iniciantes, que antes enfrentavam grandes barreiras para concretizar seus projetos, agora encontram no apoio da LPG a oportunidade de tirar suas ideias do papel.

Um dos grandes destaques é a produção do filme “A Maldição do Mamulengo”. Idealizado há mais de uma década pelo diretor Leonardo Monteiro, conhecido como LeoMon, o projeto nasceu de sua fascinação pelo mamulengo em Brasília, ainda em seus tempos de estudante de cinema. O roteiro, que amadureceu ao longo do tempo, só se tornou viável com o fomento da Lei Paulo Gustavo.

LeoMon ressalta que o acesso a esse tipo de incentivo transforma o cenário para produtores independentes e das periferias do DF. Ele enfatiza a importância da descentralização dos recursos, que abre espaço para novas narrativas e dá visibilidade às diversas vivências culturais que transcendem o Plano Piloto. O apoio governamental, segundo o diretor, não apenas viabiliza projetos artísticos, mas também fortalece a economia criativa local, gerando empregos e oportunidades para uma vasta gama de profissionais e empresas.

“A Maldição do Mamulengo”: Uma Jornada que Abraça a Cultura Popular

O projeto “A Maldição do Mamulengo” recebeu um investimento inicial de R$ 1,7 milhão, complementado por rendimentos e recursos via Fundo de Apoio à Cultura (FAC), totalizando cerca de R$ 2,1 milhões. As gravações, que começaram em novembro de 2024 e se estenderam até fevereiro deste ano (Lembrete: o ano já virou, então 2024 é passado), percorreram Brasília, Goiás e Pernambuco — este último, berço do mamulengo, crucial para captar a essência e os depoimentos que inspiraram a obra.

Atualmente, o filme está em fase de pós-produção, com etapas como desenho e mixagem de som e colorização. A previsão de LeoMon é que “A Maldição do Mamulengo” esteja pronto até o final do ano, passando então por testes de audiência antes de iniciar sua circulação em festivais e outros espaços de exibição.

Mamulengo: Patrimônio Cultural do DF e do Brasil

O mamulengo, também conhecido como teatro de bonecos popular do Nordeste, é um tesouro cultural do Brasil. Reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan) desde 2015, ele está registrado no Livro de Formas de Expressão do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Recentemente, em 10 de junho, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) decidiu, por unanimidade, elevar a brincadeira de mamulengo a patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal. A decisão levou em conta que, fora do Nordeste, Brasília possui o maior número de praticantes do país. O conselho destacou ainda que o mamulengo no DF se adaptou a diferentes contextos e permanece vivo em festas, praças e escolas, sustentado pela prática cotidiana, pela coletividade e pela resistência daqueles que fazem da brincadeira um modo de vida e expressão.

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Alvaro Maciel

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