GDF reduz casos de dengue em Brasília em mais de 95%

O Governo do Distrito Federal (GDF) celebra resultados expressivos na luta contra a dengue, com uma redução de mais de 95% nos casos prováveis da doença entre janeiro e maio de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. As ações de uma força-tarefa intersetorial, combinando monitoramento diário e limpeza estratégica, provam-se eficazes no combate ao Aedes aegypti.
Resultados que impressionam: a queda drástica da dengue no DF
Dados do Portal de Informações da Saúde do DF (InfoSaúde-DF) revelam um cenário promissor. Em 2024, entre janeiro e maio, foram registrados 266.346 casos prováveis de dengue. Já em 2025, no mesmo período, esse número caiu para 6.930, representando uma redução de aproximadamente 97%. Essa queda acentuada é reflexo de um trabalho contínuo e estratégico do GDF.
Estratégias multifacetadas no combate ao Aedes aegypti
Desde janeiro de 2024, uma força-tarefa com 11 órgãos do GDF, instituída pela portaria nº 11, atua na prevenção e controle da dengue em todo o DF. As medidas implementadas pela Secretaria de Saúde (SES-DF) incluem:
- Atualização do Plano de Contingência 2024/2025: Diretrizes claras para emergências de saúde pública relacionadas à dengue, zika e chikungunya.
- Monitoramento intensivo com ovitrampas: Instalação de 2.772 armadilhas em 22 regiões administrativas, com mais de 30 mil aplicações, além de estações disseminadoras de larvicida para interromper o ciclo reprodutivo do mosquito.
- Aplicação de inseticida residual: Locais de grande circulação, como escolas, rodoviárias e estações de metrô, recebem aplicação para controle do vetor.
- Painel online LIRAa: Lançado em janeiro de 2025, esse painel disponibiliza dados atualizados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aaegypti, mapeando as áreas com maior risco de infestação.
- Tecnologia Wolbachia: Início das tratativas para adoção dessa inovadora tecnologia que utiliza mosquitos infectados com a bactéria para reduzir a transmissão de vírus.
- Reforço nas equipes de campo: Nomeação de 400 agentes de Vigilância Ambiental intensificou as ações.
- Inspeção massiva de imóveis: Mais de 630 mil imóveis inspecionados contribuíram para a eliminação de focos.
Monitoramento constante e engajamento da comunidade
A Vigilância Ambiental realiza um monitoramento diário, não apenas eliminando focos nas residências, mas também orientando e promovendo a educação ambiental. As visitas domiciliares, que ocorrem a cada dois meses, são cruciais para manter o controle.
“É muito importante que a população aceite as visitas, porque os agentes têm um olhar mais clínico e podem identificar focos que o morador pode não perceber”, ressalta Roberta Ferreira, chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Vicente Pires. Ela também destaca que a legislação permite a entrada em locais de risco, garantindo a monitoração de lotes abandonados.
SLU na linha de frente: limpeza e conscientização
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) tem papel fundamental, combatendo o descarte irregular de resíduos – um dos principais agravantes da proliferação do Aedes aegypti.
Desde janeiro de 2024, foram realizadas dez edições de mutirões do SLU, cobrindo 25 cidades do DF e resultando na coleta de mais de 19 mil toneladas de entulho e resíduos. Campanhas de conscientização, como “Cidade limpa vence a dengue; seja consciente”, reforçam a importância do descarte correto.
Everaldo Araújo, subdiretor de Limpeza Urbana, alerta para o perigo do descarte irregular e destaca o aplicativo SLU Coleta DF e os 24 papa-entulhos como ferramentas para a população descartar corretamente. “Não tem desculpa, não tem por que lançar lixo, podas, entulhos ou inservíveis em qualquer área pública”, afirma.
O poder do trabalho conjunto: comunidade e governo
Ações de combate focam uma região administrativa por semana, e Vicente Pires foi recentemente beneficiada com mutirões de limpeza. Anchieta Coimbra, administrador de Vicente Pires, enfatiza a importância dessas ações para a qualidade de vida e a saúde da população.
A colaboração da comunidade é essencial. Núbia Costa Gama, servidora pública, após a visita dos agentes, passou a trocar a água dos vasos de plantas aquáticas semanalmente. “Não adianta só eu cuidar da minha parte e os outros não cuidarem, porque o risco vai estar sendo o mesmo. Tem que ser um trabalho em conjunto com todos os vizinhos”, conclui.