Escolas de Ceilândia e Samambaia recebem curso essencial de letramento racial

A luta por uma educação mais justa e inclusiva ganha um reforço importante no Distrito Federal. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) expandiu seu Programa de Letramento Racial para as escolas públicas, capacitando mais de 100 professores em Ceilândia e Samambaia. O objetivo é fortalecer as práticas pedagógicas antirracistas e formar cidadãos mais conscientes e respeitosos.
Na última quarta-feira (28), o Centro Educacional (CED) 07 de Ceilândia e a Escola Classe (EC) 511 de Samambaia foram as instituições beneficiadas. Em dois ciclos, nos turnos matutino e vespertino, mais de uma centena de educadores participaram das atividades.
Educação Antirracista: Um Convite à Reflexão
No CED 07 de Ceilândia, mais de 50 professores receberam a formação, que complementa o projeto “Cidadania nas Escolas”, já voltado aos alunos. A iniciativa agora foca no corpo docente, equipando-o para promover um ambiente escolar verdadeiramente antirracista.
Na EC 511 de Samambaia, o impacto foi igualmente positivo. Rosiene Serpa da Cunha, vice-diretora da unidade, destacou a importância da capacitação: “A palestra foi simplesmente transformadora, muito mais do que uma apresentação teórica. Foi um convite à reflexão sobre nossas práticas como educadores diante do racismo. Saímos mais conscientes do nosso papel na construção de uma educação antirracista e mais motivados a promover uma escola justa, acolhedora e antirracista.”
Ao final do curso, todos os participantes receberam certificação oficial da Sejus, um reconhecimento do compromisso com uma educação transformadora.
Formando Agentes de Mudança
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, enfatizou o papel fundamental da educação nesse processo: “A educação é a chave para transformar vidas e abrir caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária. Por meio do Programa de Letramento Racial, estamos qualificando nossos educadores para que sejam agentes de mudança e inspiração para os estudantes.”
Juvenal Araújo, subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, reforçou a meta ambiciosa: “Nossa meta é fazer da educação antirracista uma base sólida na formação de cidadãos mais conscientes, capazes de construir uma sociedade que respeite e valorize a diversidade.”
Expansão e Impacto Ampliado
Essa rodada de capacitações marca uma nova etapa do programa. O pontapé inicial ocorreu no mês passado, durante as comemorações do aniversário de Brasília, com a formação de todo o quadro pedagógico do Centro Educacional 04 do Guará (CED 04). O cronograma prevê que todas as escolas públicas do DF sejam contempladas na primeira fase, e a iniciativa será levada às instituições privadas posteriormente.
Além dos professores, o Programa de Letramento Racial também envolverá os próprios estudantes, ampliando o debate sobre racismo, identidade, equidade e inclusão, dentro e fora das salas de aula.
Antes de chegar às escolas, o programa já capacitou servidores da Sejus e de outros órgãos do GDF, do sistema socioeducativo, do Senado Federal e representantes da sociedade civil. Com a expansão para as instituições de ensino, a iniciativa alcançará um público ainda mais amplo, impactando diretamente a formação das novas gerações e contribuindo para a construção de uma sociedade mais equânime e respeitosa.