Teatro Nacional Claudio Santoro: Um ícone cultural de Brasília renasce para todos

Teatro Nacional Claudio Santoro: Um ícone cultural de Brasília renasce para todos

No coração pulsante de Brasília, entre a movimentação da rodoviária e a solenidade dos ministérios, um farol cultural reacendeu sua luz: o Teatro Nacional Claudio Santoro. Após quase 11 anos de espera, o emblemático espaço, com a assinatura arquitetônica de Oscar Niemeyer, reabriu suas portas, devolvendo à capital federal um palco histórico para as mais diversas manifestações artísticas.

A história do Teatro Nacional se entrelaça com a própria gênese de Brasília. Sua construção, iniciada poucos meses após a inauguração da cidade, culminou com a entrega completa à população no aniversário de 1981. Nomes lendários como Fernanda Montenegro, Tom Jobim e Bibi Ferreira já ecoaram seus talentos neste palco, testemunha viva da rica trajetória cultural do país.

O ano passado marcou um novo e emocionante capítulo com a reinauguração da Sala Martins Pena. Um investimento de R$ 70 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF) transformou o espaço, indo além da modernização e da adequação às normas de segurança e acessibilidade. A reforma representou o resgate de um ambiente fundamental para a democratização da cultura em Brasília, um ponto de encontro entre a arte e seu público.

Para o servidor público Guaraci Paes, a reabertura evoca memórias afetivas de uma juventude marcada pela frequência assídua ao teatro. “Perdi as contas de quantas vezes eu fui. Assisti a vários balés internacionais, todas as óperas clássicas… Era um local sagrado para mim”, relembra com emoção. O longo período de interdição gerou um sentimento de perda, mas o retorno do teatro trouxe uma “alegria imensurável”.

A mesma alegria transborda nas palavras do maestro Cláudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, que agora realiza concertos gratuitos todas as quintas-feiras, às 20h. Para ele, a reabertura é um “retorno às origens”, um reencontro com o espaço onde sua jornada musical se iniciou há mais de quatro décadas.

Enquanto o maestro revive memórias, a pequena Cecília Lisboa, de 7 anos, começa a construir as suas. Sua primeira experiência no Teatro Nacional, ao lado da mãe, a dentista Cinthia Lisboa, foi marcante. “Acredito que com a reabertura a população pode novamente assistir gratuitamente a espetáculos em um espaço confortável e de fácil acesso. Além disso, a possibilidade de levar crianças torna a experiência ainda melhor”, avalia Cinthia, emocionada ao ver o encantamento da filha durante o concerto.

A restauração do Teatro Nacional Claudio Santoro era uma demanda antiga. O complexo cultural já clamava por intervenções antes mesmo de sua interdição em 2014. O desafio de revitalizar um dos maiores equipamentos culturais do país foi abraçado pelo atual GDF, com a colaboração da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

A primeira fase da obra concentrou-se na adequação às normas vigentes, com novas saídas de emergência, sistema de combate a incêndios modernizado e a revitalização completa da Sala Martins Pena e seu foyer. A boa notícia é que a segunda etapa da restauração já está garantida, abrangendo o restante do complexo, incluindo as salas Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno e o Espaço Dercy Gonçalves.

O Teatro Nacional Claudio Santoro ressurge não apenas como um prédio restaurado, mas como um símbolo da vitalidade cultural de Brasília, um espaço democrático onde a arte pulsa novamente, acessível a todos os corações e mentes da capital.

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Alvaro Maciel

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