GDF aumenta repasses e leva dignidade a catadores de recicláveis
O Governo do Distrito Federal (GDF) tem intensificado o apoio às cooperativas de materiais recicláveis, resultando em mais qualidade de vida e benefícios para os catadores. Somente no primeiro trimestre de 2024, foram repassados R$ 19,6 milhões em contratos, um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investimentos em crescimento
Entre 2019 e 2023, os investimentos cresceram 278%, passando de R$ 14 milhões para R$ 53 milhões. No total, desde o início da gestão do governador Ibaneis Rocha, o GDF já destinou mais de R$ 215 milhões às cooperativas por meio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
Cooperativas fortalecidas
Atualmente, o governo conta com 42 contratos com 31 organizações, beneficiando 1.004 catadores que saíram da informalidade e conquistaram melhores condições de trabalho, dignidade, acesso a direitos e benefícios sociais, redução dos riscos à saúde e ao meio ambiente e participação na gestão compartilhada dos processos de reciclagem.
Exemplo de sucesso: Central de Reciclagem do Varjão (CRV)
A Central de Reciclagem do Varjão (CRV) é um exemplo de como os investimentos do GDF estão transformando a vida dos catadores. A cooperativa, formada somente por mulheres, encaminha mais de 50 toneladas de materiais por mês para reciclagem. O grupo de 26 mães solo tem contrato com o SLU para triagem e coleta seletiva nas regiões administrativas do Varjão e Lago Norte. A presidente Ana Carla Borges destaca os benefícios para a entidade após o acordo.
“Estamos aqui desde 2008 e, de 2019 para cá, muita coisa mudou. A gente tem um contrato que garante o pagamento de todas. Antes fazíamos quase de graça, agora conseguimos pagar os impostos das meninas, pagar o imposto de renda, o INSS para o pessoal da coleta. E o nosso espaço também mudou, antes era somente o esqueleto, não tinha um local para a gente. Agora temos uma cozinha, banheiro e até um muro de proteção”, detalha.
Benefícios: sustentabilidade e renda
O CRV funciona em um terreno cedido pelo GDF e recebe apoio para estrutura e manutenção. O salário das catadoras garante o sustento de suas famílias. “Lá no início, chegamos a receber R$ 30 no mês. Hoje, retiro daqui o sustento da minha família, pago meu aluguel, mantenho três filhos e uma neta. Gosto de trabalhar aqui com o lixo, é ele que me mantém”, destaca Ana Carla.
Mais investimentos em novas oportunidades
O SLU está em processo de contratação de novas cooperativas e associações de catadores para ampliar o trabalho de manejo de resíduos urbanos recicláveis.
Integração com o governo: Comitê Intersetorial de Inclusão Socioeconômica dos Catadores de Materiais Recicláveis do DF (CIISC)
Os catadores e catadoras têm um espaço importante para a construção de políticas públicas no GDF. O Comitê Intersetorial de Inclusão Socioeconômica dos Catadores de Materiais Recicláveis do DF (CIISC) é um setor ligado à Secretaria de Relações Institucionais e funciona como um conselho de escuta e intermediação entre os profissionais e o governo.
“Levamos as necessidades e pautas dos catadores para as pastas do GDF. Lembramos que a maioria desses profissionais saiu do Lixão da Estrutural, passou por uma grande mudança de vida. É uma pauta extremamente importante para o governo, estamos atentos aos profissionais e existe também uma preocupação ambiental”, destaca a presidente do CIISC, Fabiana Ferreira.
Benefícios sociais: apoio para as famílias
Os catadores têm acesso a benefícios sociais do GDF, como os cartões Prato Cheio, Material Escolar e Vale Gás. A cooperada Gilvanice dos Santos, 45 anos, é beneficiária desses programas e afirma que a renda complementar auxilia nos cuidados com a família.
“O que recebo do meu salário aqui na cooperativa e os benefícios me ajudam muito, é minha salvação. Com o dinheiro daqui consigo pagar minhas contas e comprar arroz e feijão, os cartões me garantem uma mistura, uns materiais escolares melhores para os meninos, e assim vamos vivendo”, conta.
