Aumento das exportações evidencia a força do agronegócio nacional
Feaduaneiros avalia as projeções para o futuro deste mercado que começou 2024 com tudo
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de janeiro deste ano apontam crescimento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2023, somando US$ 27,02 bilhões. De acordo com o relatório do MDIC, a agropecuária brasileira teve aumento de 21%, totalizando US$ 4,29 bilhões.
Ao evidenciar a força do agronegócio nacional, alguns produtos se destacaram, com a elevação do envio de soja (191,1%), algodão bruto (106,5%) e café não torrado (aumento de 17,9%). Outros produtos, como o açúcar e etanol, também demonstram bons resultados.
Outros dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) evidenciam que a balança comercial brasileira acumulou superávit de US$ 6,527 bilhões em janeiro – o que demonstra um aumento de 185,6% em relação ao saldo registrado no início do ano passado. Esse foi o maior saldo comercial para meses de janeiro desde o início da série histórica da secretaria, em 1989. O desempenho foi resultado de exportações de US$ 27,016 bilhões, contra importações de US$ 20,490 bilhões.
Outro índice recorde para o início do ano foi a corrente de comércio – representada pela soma entre exportações e importações e utilizada como termômetro da abertura de um país ao exterior – no valor de US$ 47,506 bilhões. Uma pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de US$ 7,350 bilhões para janeiro.
Em 2023, os produtos mais exportados pelo Brasil, durante o primeiro semestre, foram os dos segmentos da Indústria de Transformação, Indústria Extrativa e Agropecuária.
Estados brasileiros no topo das exportações em 2023
Segundo a Comextat, os estados brasileiros que mais exportaram em 2023 foram: São Paulo; Rio de Janeiro; Minas Gerais; Mato Grosso; Paraná; Rio Grande do Sul; Pará; Goiás; Santa Catarina; e Bahia. Com relação aos principais produtos, confira o ranking a seguir (Valor FOB US$):
1º Minério de Ferro: 42,2 bilhões
2º Soja : 37,3 bilhões
3º Óleos brutos de petróleo: 27,4 bilhões
4º Açúcares e melaços: 8,5 bilhões
5º Carne Bovina: 7,4 bilhões
6º Farelos de Soja: 7,2 bilhões
7º Óleos combustíveis de petróleo: 6,6 bilhões
8º Demais produtos – Indústria de Transformação: 6,4 bilhões
9º Carnes de aves: 6,3 bilhões
10º Celulose: 6,1 bilhões
Principais parceiros comerciais
Segundo o MDIC, em relação aos nossos principais parceiros comerciais, destaca-se o crescimento das exportações para China, Hong Kong e Macau (53,1%) e para os Estados Unidos (26,8%). Cresceram também as vendas para África (27,5%) e o Oriente Médio (42,5%).
Visão geral da Feaduaneiros com relação ao Brasil no cenário econômico de comércio exterior
O vice-presidente da Feaduaneiros, Welington de Jesus Victoriano, explica que o Brasil é a 13ª maior economia mundial, ocupando a 25ª posição mundial nas exportações. Nos últimos anos, o país registrou números importantes no cenário internacional. “Temos 72% do PIB do Mercosul, com um grande potencial na produção e exportação de commodities agrícolas do mundo”, afirma.
Ao avaliar o histórico recente, Victoriano demonstra otimismo com relação aos recordes das exportações. “O Brasil tem apresentado um baixo crescimento econômico nas últimas décadas, causando o aumento do desemprego e desigualdade social, porém estamos crescendo nas exportações de produtos agropecuários, e qualificando a sua mão-de-obra”, comenta Welington, ao destacar que existem projeções de mais crescimento das exportações nos próximos anos, pois o Brasil é uma potência em desenvolvimento.
Em janeiro, o açúcar foi outro produto que também se sobressaiu, com exportação mais que dobrada em relação ao mesmo período de 2023. Foram 553 milhões de toneladas comercializadas para outros países, resultando em uma receita de US$ 328,55 milhões (+196%).
O etanol acompanhou o ritmo do açúcar e teve elevação no volume exportado com alta anual de 3,2% e envio de 260,46 milhões de toneladas. Em relação a dezembro do ano passado, apresentou recuo de 12,1%.