Autoexame é o primeiro passo no combate ao câncer de mama

Pacientes atendidas na rede pública do DF relatam como identificaram sinais da doença e buscaram ajuda; oitavo mutirão de reconstrução de mamas beneficiou 50 mulheres neste mês
Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger
O especialista explica ainda que o câncer de mama, quando detectado em estágios iniciais, geralmente responde melhor ao tratamento. O autoexame regular permite que as mulheres identifiquem alguma anormalidade, aumentando assim as chances de um diagnóstico precoce. “Para as mulheres que menstruam, é recomendado fazer o autoexame das mamas cinco dias após a menstruação. Já as mulheres que estão na menopausa podem fazer a qualquer momento”, orienta.
Autoestima resgatada

Depois de enfrentar todas as etapas do tratamento, desde a quimioterapia à cirurgia de retirada do seio, Neuza foi uma das 50 mulheres beneficiadas no oitavo mutirão de reconstrução de mamas realizado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Em alusão ao Outubro Rosa, a ação ajudou a renovar a autoestima e a autoconfiança de mulheres que tiveram a retirada total ou parcial das mamas devido ao câncer (mastectomia).
Horas antes do procedimento, na sala da enfermaria, Neuza já celebrava. “Estou tranquila, feliz e doida pra fazer logo a cirurgia. Vai melhorar tudo, principalmente a minha autoestima.” As próteses mamárias para implante foram fruto de parceria do governo do Distrito Federal (GDF) com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Neste mês, a unidade do Centro Cirúrgico e Ginecologia do HRT está especialmente decorada para proporcionar um ambiente acolhedor para as pacientes. “A mama não é apenas uma parte do corpo, é um símbolo da identidade feminina. A perda da mama e a queda dos cabelos devido à quimioterapia geram um impacto emocional imenso”, destaca a RTD de cirurgia plástica, Izabelle Barbosa, sobre a importância da ação.
A força-tarefa para viabilizar o mutirão, que ocorreu de 16 a 21 de outubro, envolveu uma equipe de vários profissionais voluntários. Cirurgiões plásticos, anestesistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, tatuadores especializados em reconstrução da aréola mamária, psicólogos e fisioterapeutas ofereceram tempo e habilidades de forma gratuita.
Pela primeira vez participando da iniciativa, o cirurgião plástico do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) Fabiano Gondim explica que, para cada cirurgia, há uma estratégia técnica. “É um procedimento muito delicado, pois a reconstrução é como uma onda do mar, não existe uma igual à outra”, pontuou. “É uma iniciativa muito válida, pois conseguimos não só dar vazão à demanda reprimida, mas também devolver a autoestima dessas mulheres”, completa.
*Com informações da Secretaria de Saúde