GDF oferece assistência psicossocial para vítimas de violência doméstica

Entre os serviços que fornecem o apoio estão os centros especializados no sistema de saúde e o projeto Dia da Mulher da Defensoria Pública do Distrito Federal
Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
“É um serviço de porta aberta. Não é necessário que a mulher busque a unidade básica de saúde (UBS) e seja inserida no sistema. Ela literalmente pode chegar, porque atendemos a demanda espontânea”, explica a assistente social e chefe substituta do Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nuvap) Central da Secretaria de Saúde, Guaia Monteiro.
Os atendimentos também ocorrem por busca ativa. Eles são feitos por encaminhamento intersetorial, quando as redes pública e privada de saúde e outras secretarias do GDF que tratam do tema dirigem às vítimas ao acompanhamento no centro especializado. Só neste ano, os Cepavs realizaram 17.346 atendimentos a pessoas em situação de violência.
Atendimento especializado
As mulheres que buscam os centros são atendidas por uma equipe multidisciplinar, composta por assistente social, psicólogo, enfermeiro e médico. O primeiro atendimento consiste no acolhimento com escuta, em que a paciente falará sobre a situação que está enfrentando ou que já vivenciou. A perspectiva é biopsicossocial, para que sejam compreendidos os sinais e sintomas daquela violência na vítima.
“Esse atendimento biopsicossocial vai fazer a diferença, porque essas mulheres estão adoecidas do ponto de vista psíquico”, afirma a assistente social. “Fazemos esse acolhimento inicial em que abordamos o que motivou a pessoa a buscar o Cepav. Ela vai falar dos sinais e sintomas do processo de violência. Depois fazemos uma reunião de equipe para ela seguir para a entrevista psicossocial”, acrescenta.
Na segunda etapa, será abordada a rotina da pessoa. A partir daí, ela pode continuar com atendimentos individuais ou seguir para a abordagem em grupo. “O que a gente trabalha no atendimento, tanto individual quanto em grupo, é na nomeação e identificação do processo de violência. Isso vai ajudar as mulheres a perceberem e identificarem para ter a virada de chave, com a desculpabilização e interdição dos ciclos de violência”, informa Guaia Monteiro.
Ações para as mulheres
“Muitas mulheres se recusam a procurar as delegacias, entendem que estão levando para uma esfera de tomada de decisão mais concreta. Com a Defensoria, elas sentem ser algo mais reservado e com mais liberdade”Emmanuela Saboya, subprocuradora geral da DPDF
A assistência psicossocial também é encontrada no projeto Dia da Mulher, promovido toda primeira segunda-feira do mês pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF). A iniciativa conta com uma série de atividades voltadas para o público feminino. O apoio é feito pelo Núcleo da Mulher presente no evento. “As mulheres podem tirar dúvidas e falar sobre violência doméstica. Lá fazemos a orientação e cuidamos delas”, afirma a subdefensora pública geral da DPDF, Emmanuela Saboya.
Durante o evento, o órgão percebe que muitas mulheres acabam revelando casos de violência por sentirem ser um espaço mais leve. “Muitas mulheres se recusam a procurar as delegacias, entendem que estão levando para uma esfera de tomada de decisão mais concreta. Com a Defensoria, elas sentem ser algo mais reservado e com mais liberdade”, conta. Após os atendimentos, a DPDF já faz os encaminhamentos jurídicos e médicos das mulheres.
A próxima edição do Dia da Mulher será em 7 de agosto, das 8h30 às 17h, no espaço em frente à sede DPDF no Setor Comercial Norte (SCN), Edifício Rossi Esplanada Business, Quadra 1, Conjunto G.