Fintechs lançam serviços relacionados ao Pix antes dos bancos
PicPay e RecargaPay são umas das fintechs que têm aproveitado a oportunidade.
Que o Pix já é queridinho do brasileiro, todo mundo sabe. De acordo com o Banco Central, somente em janeiro deste ano, foram realizadas 1,3 bilhão de transferências pelo sistema de pagamentos instantâneo, o que corresponde a seis vezes mais do que no mesmo período do ano passado.
Embora além das transferências gratuitas tenham surgido outros formatos de Pix, ainda não houve uma aderência expressiva dos grandes bancos, com isso, as fintechs têm aproveitado para expandir os serviços.
Pix Parcelado
PicPay e RecargaPay têm adotado principalmente o Pix parcelado. Esse modelo de pagamento pode ser adotado tanto em lojas físicas como virtuais. Nesse tipo de Pix, é possível que o consumidor pague o valor a prazo, mediante cobrança de taxas, enquanto o lojista recebe o valor à vista.
“O recurso de pagar depois com o Pix pode ser como um empréstimo na conta ou um pagamento no cartão de crédito. Na guerra das carteiras digitais, você tem todas as armas ou você está desarmado”, explica Gilmar Hansen, vice-presidente sênior do RecargaPay.
Seguro Pix
Com o aumento do roubo de celulares com o intuito de realizar transferências forçadas via Pix, o PicPay viu uma oportunidade de negócio. A fintech juntamente com a Kovr Seguradora oferece um seguro contra Pix sob coação, além de cobrir outros crimes, com um valor mensal a partir de R$ 4,90.
O analista da XP Investimentos, Renan Manda, afirma que é preciso que o consumidor seja informado com clareza sobre as taxas cobradas nas diferentes modalidades de Pix, como o parcelado, a fim de evitar confusão.
Para Manda, o atraso na oferta de vários formatos de Pix por parte dos bancos está associado a questões de segurança.
“Existem etapas do Pix que ainda não saíram porque os bancos precisam desenvolver seus sistemas junto ao BC, buscando encontrar falhas e inconsistências”, explicou Manda.
Na visão do analista, algumas fintechs e o Santander, que se anteciparam à concorrência, tiveram o intuito de captar novos clientes.
Nem tudo são flores
Carlos Netto, um dos criadores do Pix pontua que a funcionalidade permitiu a uniformidade nos pagamentos, que ficaram mais baratos e democráticos.
Contudo, para as fintechs, o Pix trouxe também perda de receitas, pois a transferência do dinheiro pago ao lojista passou a ser feita não mais em até 30 dias, mas de forma automática. Uma chance dessas empresas compensarem essa perda, é a oferta do Pix no cartão, pois seu uso inclui a cobrança de taxas.