O que as marcas ganham tendo celebridades em cargos executivos
Diversidade e awareness são duas das vantagens apontadas por especialistas para companhias que resolveram apostar em celebridades
A Mondial anunciou a chegada de Juliette no time de criação e desenvolvimento da marca. A ex-BBB, cantora e influencer também será head de inovação para a linha de cuidados pessoais da companhia.
Além de participar do impulsionamento da Mondial no mercado, Juliette também vai ter o papel de contribuir diretamente no desenvolvimento de produtos da categoria. Inclusive, na última segunda-feira (14), ela esteve no escritório da empresa em Barueri (SP) onde participou de reuniões com a equipe.
Juliette, entretanto, não está sozinha nessa – e olha que a lista é grande. Anitta se tornou membro do conselho de administração do Nubank, e líder de criatividade e inovação da Skol Beats. Gisele Bündchen faz parte do Comitê de Sustentabilidade da Ambipar, além de também ser embaixadora. Manu Gavassi, cantora, assumiu recentemente o cargo de head de conteúdo da Tanqueray no Brasil. Também ex-BBB, Gil do Vigor virou cocriador de conteúdos da Vigor em maio do ano passado.
Fora do Brasil, os exemplos continuam.
Chiara Ferragni, uma influenciadora italiana, foi nomeada para o conselho de administração do grupo Tod’s. À época, horas após ser anunciada para o cargo, as ações da companhia tiveram uma valorização de 12%, atingindo 32,2 euros – valor que a empresa não atingia desde março de 2020.
Mas quais são as vantagens que uma empresa tem ao trazer as celebridades para dentro dos escritórios?
“O uso dessas influenciadoras assumindo cargos de lideranças em empresas é um casamento entre uma tendência de olhares inovadores que cada vez mais buscam a diversidade para conectar públicos”, afirma Roberto Sá Filho, professor do curso de comunicação e publicidade da ESPM do Rio de Janeiro.
Na mesma linha de Sá Filho, Mariana Munis, professora de marketing da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas (SP), diz que essa é uma tendência que permite à marca entender, de modo mais profundo, o público com quem conversa.
“A Anitta é uma das maiores celebridades da América Latina e o Nubank quer conquistar esse mercado. Logo, tê-la trabalhando para eles é importante, porque a cantora conhece muito bem como dialogar com esse público, além de trazer ideias inovadoras para marca, como faz com a Skol Beats”, afirma.
De acordo com Anna Beatriz Cautela, professora da pós-graduação em marketing e estratégia da Universidade Anhembi Morumbi, as empresas têm apostado nessa estratégia de olho no aumento da visibilidade e na possibilidade de alcançar novos públicos. Além disso, garante a professora, as marcas deixam de ter uma ‘celebridade fazendo propaganda’ e passam a ter um colaborador.
“A estratégia de comunicação passa a ser por outros canais e a personalidade assume um papel fundamental nesse processo. As marcas precisam aumentar sua presença nos meios digitais e ter uma celebridade com muitos seguidores ajuda”, ressalta. “Trata-se de uma estratégia de reposicionamento de marca e de público”, finaliza a acadêmica.
Por Carolina Vilela do propmark.com.br