Como Brian Requarth, do Viva Real e Latitud, quer diminuir a burocracia para os empreendedores de startups
O Latitud Go, braço do ecossistema de inovação Latitud, criado por Requarth, ajudará startups na sua relação com fundos de investimento
O ecossistema brasileiro de inovação vem batendo recordes ano após ano. Em 2021, as startups do país levantaram US$ 9,4 bilhões em investimentos, número quase três vezes maior do que o total captado em 2020. De olho nisso, Brian Requarth, fundador do Viva Real e do ecossistema de inovação Latitud, traz uma novidade. Lança nesta terça-feira (01/02) o Latitude Go, um novo braço da Latitud dedicado a ajudar fundadores brasileiros de startups a diminuir a burocracia no seu relacionamento com fundos de investimento internacionais.
Para isso, a plataforma terá como objetivo principal permitir a abertura de empresas em um novo modelo, já adaptado para receber aportes de fora do país. Na prática, a solução fornecerá uma estrutura que a empresa chama de “offshore em três partes”. O modelo consiste em abrir uma startup com uma holding intermediária nos Estados Unidos, uma holding nas Ilhas Cayman, que pertencem ao Reino Unido, e uma operação local na América Latina. Segundo o Latitud, a operação permitirá uma flexibilidade mais “amigável” em termos de impostos e burocracia em relação aos investidores de fora do Brasil ou da América Latina.
Além disso, a plataforma contará com ferramentas e serviços como contas bancárias, softwares de gestão e parceiros contábeis e jurídicos para apoiar o processo de abertura e regulamentação do negócio.
Segundo Requarth, CEO do Latitud, e Yan Mendes, product manager e um dos responsáveis pelo Latitud Go, a nova estrutura diverge da mais comumente utilizada por empreendedores brasileiros, chamada de “c-corp”. Neste modelo, uma alternativa para estrangeiros abrirem um negócio nos Estados Unidos, as taxas costumam ser altas e muito do dinheiro captado se perde neste processo, explicam eles.
Segundo Requarth, a ideia surgiu de uma experiência pessoal. Quando vendeu o Viva Real para a OLX Brasil, em 2020, em uma transação de R$ 2,9 bilhões, mais de US$ 100 milhões foram “perdidos” em razão dos trâmites burocráticos. “Não foi pouco dinheiro”, diz a PEGN. A solução tem rodado em período de testes desde agosto de 2021, entre negócios de dentro da comunidade de empresas da Latitud.
De acordo com Mendes, o objetivo inicial será monetizar a plataforma cobrando um valor único para a abertura dos negócios no modelo proposto. “Nosso grande objetivo é ajudar o maior número possível de fundadores na América Latina”, diz o product manager. A plataforma estreia no Brasil, mas já nasce com o objetivo de expandir para mais países da região o quanto antes. Hoje, há dez pessoas dedicadas exclusivamente ao desenvolvimento da solução. “E é só o começo. O empreendedor latino-americano vai adorar, porque a dor existe e o timing do venture capital é muito quente”, finaliza Requarth.